Erydia
Olá viajante!

Seja bem vindo à bela cidade de Erydia. Você acaba de pisar em solo Erydiano, e está a um passo de se tornar um de nós.

Tudo que precisa fazer é se cadastrar, escolher um Clã para se juntar de acordo com a sua personalidade e depois é só se divertir!

Nesse mundo onde a magia e as criaturas fantásticas são reais, emoção, aventura e principalmente fantasia farão parte da sua história. Crie um personagem, faça dele um herói e acima de tudo: Divirta-se!
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Erydia
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 Desafio de Contos 1 - Os Seus Nomes

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AutorMensagem
Derfel Cadarn
Viajante
Derfel Cadarn


Idade : 45
Moedas : 4916

Ficha do personagem
Habilidade:
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MensagemAssunto: Desafio de Contos 1 - Os Seus Nomes   Desafio de Contos 1 - Os Seus Nomes Icon_minitimeQui Jan 28, 2021 12:27 pm

Os Seus Nomes
Autor: Mauricio
Gênero: Tragédia


Sinopse: A vida é efêmera e o seu verdadeiro valor só é descoberto através do sacrifício e da dedicação por algo maior que si. Uma guerra que ofereceu a maior causa possível para se lutar foi combatida por pessoas que não buscavam salvar o mundo da desgraça, mas sim aquilo que lhes era precioso. Mas a vida é efêmera. E a guerra leva os jovens, aqueles que ainda tem toda uma vida diante de si, para as linhas de frente onde encontram-se com a morte.
 
 
Acordou com os sons do mar, as ondas batendo-se suavemente contra o porto, o som de pés batendo contra a madeira vindo dos navios, os gritos de vendedores anunciando o seu produto para aqueles que desembarcavam, o cheiro da maresia invadia as suas narinas conforme ele levantava-se no beco que abrigava ele e mais uma dezena de moradores de rua. Os trapos que vestiam eram o suficiente para esconder a maior parte do seu corpo do frio que vinha durante a noite e os cobertores furados serviam de escudo para os mais velhos, enquanto os mais novos, como ele, ficavam sem. Não se preocupava com isso, ao menos estava vivo.
Sua mãe morrera dois anos atrás de uma doença rara e que era conhecida por matar em questão de dias se não fosse tratada rapidamente, porém o tratamento em questão custava muito caro e eles não tinham dinheiro para pagar mesmo com a doença tendo sido reconhecida cedo em seu desenvolvimento. Seu pai afundou-se em bebida e no mesmo ano morreu em uma briga de bar, contra dois homens que nunca foram devidamente punidos pela lei. E então, Forn estava sozinho. Seus tios o adotaram, eram donos de uma loja de roupas da cidade e faziam com que o rapaz trabalhasse como um escravo dia e noite, mal davam-lhe comida e o seu abrigo era uma casinha que havia atrás do terreno deles, onde normalmente jogavam quaisquer utensílios que não utilizavam mais.
Ele fugiu, deixando tudo aquilo para trás e começando a vagar pelas ruas de Erydia, eventualmente acabando no porto junto de todos os outros. Tornou-se um pedinte, vagava pelas ruas implorando por quaisquer moedas que as pessoas pudessem lhe dar, seus olhos cansados e seus cabelos compridos passavam uma impressão nada amigável para as outras pessoas, então a maioria se afastava dele o mais rápido que podiam ainda que houvessem certas pessoas que se apiedavam dele. Paul, dono de uma loja de carnes sempre dava o que podia para ele comer, era carne crua, mas era carne mesmo assim. Bebia água onde podia, normalmente conseguia um pouco com Paul ainda e haviam dias que se passavam no qual sua garganta ardia de sede e seu estômago queimava com a fome.
Mas ele seguia em frente. Alguns dias por semana ele encontrava um casal no meio das ruas, uma que não se afastava dele assim que o via e que sempre lhe dava uma boa quantia de moedas, não sabia bem os nomes deles apesar de saber que eram importantes na cidade, nunca tivera muito interesse na hierarquia mesmo. Naquele dia ele não os encontrou, mas conseguiu moedas o suficiente para juntar com a dos demais moradores de rua com quem formara um grupo para poderem comprar uma boa quantia de comida e bebida que foi dividida entre eles.
Por vezes se perguntava como estavam seus tios, pessoas ruins ou não ainda eram a sua família e ele precisava demonstrar certa preocupação com o bem estar deles, não é mesmo? Nunca mais foi vê-los, tinha medo de que o agarrariam e o forçariam a voltar para a casa deles para mais trabalho e ainda mais maltrato da parte deles, realmente não sabia se no estado em que se encontrava conseguiria aguentar mais alguns dias trabalhando sem parar na oficina deles fazendo vestidos que seriam vendidos e ele sequer veria a cor do dinheiro que aquilo estava fazendo.
- Está pensando no que? – Um homem velho, Iridan, sentou-se ao seu lado no beco. Forn observava as estrelas, gostava do céu noturno, todos aqueles pontos brilhantes lhe traziam uma sensação de paz enorme. Iridan era o mais próximo de um líder que eles tinham, era o que estava a mais tempo nas ruas e possuía conhecimento o suficiente para evitar a fúria dos guardas e das guildas criminosas.
- Nos meus pais. Acho que eles nunca pensaram que eu acabaria assim. – Forn abriu-se, suspirando e voltando seus olhos para Iridan que apenas deu uma risadinha. – O que?
- Você não acabou. Você só vai acabar quando morrer, e você não está morto, está?
- As vezes parece que eu estou. – Forn falou e Iridan deu um tapa no ombro dele. – Ai!
- Se estivesse morto não teria sentido isso. Se estivesse morto não estaria com calor no seu corpo, não estaria sentindo o gosto da comida na sua boca. Você ainda está bem vivo, meu garoto.
- Eu só queria fazer algo. Poder mudar alguma coisa.


- Você já está fazendo isso. Se não fosse pelo dinheiro que coletou hoje não estaríamos comendo assim. Você não quer apenas uma mudança, você quer uma mudança enorme. Você não precisa ser o próximo salvador, você só precisa fazer o seu melhor para ajudar quem está por perto.
Forn escutou as palavras de Iridan em silêncio, era verdade que se sentia grato por estar vivo apesar de tudo o que acontecera consigo e que estava disposto a dedicar cem por cento de si para ajudar aonde podia, mas as vezes parecia que não estava fazendo mudança alguma, que estava apenas agindo por agir. Isso mudaria a partir de amanhã, ele levantou cedo e correu para um dos barcos oferecer seus serviços, ajudando a carregar pesadas caixas para cima e para baixo em troco de algumas moedas, já havia feito isso antes, mas era difícil encontrar navios que estivessem dispostos a contratá-lo dessa maneira.


Seu plano era ajudar aquela cidade o máximo que podia, mas não teria como fazer isso na situação em que se encontrava, logo o plano era se retirar das ruas para poder começar a trabalhar em ajudar ainda mais pessoas. Retiraria Iridan das ruas também, o homem merecia um bom lar depois de todos os anos que passara sem um, mas precisaria ir de pouco em pouco, economizando onde podia para conseguir um futuro melhor para si mesmo e para Iridan.


Encontrou-se com o casal algumas outras vezes, como sempre eles lhe deram uma boa quantia de dinheiro, mas Forn se demonstrou tímido demais para perguntar seus nomes ou para lhes agradecer em voz alta, sempre murmurando um ‘’muito obrigado’’ que eles praticamente não ouviam por estarem conversando entre si. Seu plano tinha tudo para dar certo, porém algo aconteceu quando Forn tinha dezesseis anos de idade, ele ouvira falar da guerra muito de fundo e nunca prestara a atenção por sempre parecer estar tão longe deles, mas agora estava batendo na porta da frente e ameaçava levar a vida de todos que estavam naquela cidade e em seguida o mundo iria cair. Precisava fazer algo. Tinha que fazer algo.


Como poderia esperar ter uma vida boa ao lado de Iridan se nem ao menos fizera algo para proteger aquela cidade? O exército não aceitaria alguém jovem como ele, mas todo aquele tempo nas ruas fizeram dele uma pessoa com uma aparência muito mais batida, ele realmente parecia ser uns três anos mais velhos do que realmente era. Não foi tolo o suficiente para vociferar suas vontades perto de Iridan ou qualquer outro morador de rua, sabia qual seria a opinião deles, mas também sabia que precisava fazer algo ou passaria o resto de sua vida se arrependendo de jamais ter agido.
Ele passou na casa de banho, limpou-se e gastou parte de seu dinheiro para comprar roupas mais dignas, fez questão de não ir na loja de seus tios para isso, não por medo de tentarem força-lo a algo, mas por questão de puro rancor. Ainda era manhã quando ele se apresentou na frente de um dos centros de recrutamento, mentiu a sua idade e passou no teste físico, mas tinha a impressão de com o quão desesperados eles estavam por homens ninguém teria o rejeitado. Foi rapidamente enviado para outro canto da cidade, para um dos quartéis onde foi duramente treinado em combate com sessões que só não o deixavam completamente exausto por conta de todo o trabalho nos navios ter preparado o seu físico para isso.
Se Iridan e os demais descobriram o que ele fizera, nunca deram sinal disso e nos dias que levaram para a guerra ele não os viu e teve medo de ir até eles apenas para ser rejeitado pelo grupo que um dia o acolhera. Mas era tudo por eles, era assim que ele via em sua mente, o fogo que brilhava nos olhos dourados era justificado pela sua vontade de ajudar as pessoas que o ajudaram antes. Os longos cabelos loiros foram cortados de maneira que ficaram extremamente curtos e mais militares, alguns soldados brincavam que ter cabelo era um luxo que apenas os seus superiores possuíam.
Houve um discurso antes da batalha iniciar-se, mas Forn estava muito no fundo para ouvir o que foi dito ou sequer ver quem estava dando o discurso, porém uniu sua voz as demais com um grito de batalha conforme armas eram erguidas e o exército avançava para o combate. E então Forn arrependeu-se de sequer ter pensado em entrar naquela batalha, assim que os exércitos entraram em confronto a garganta de um amigo seu foi varada por uma flecha que por pouco não atingiu o próprio Forn, ao redor haviam gritos de dor e completo terror conforme os inimigos apenas aumentavam e as forças Erydianas pareciam pequenas em frente a eles.


Ainda tinham a vantagem de possuírem pessoas poderosas no seu lado, porém algumas dessas pessoas não estavam ali por algum motivo que Forn não compreendia bem, apenas rezando para que elas chegassem logo. Sua espada viu ação, o treinamento foi ativado em sua mente e ele estocou, cortou e avançou ao lado de seus amigos, unindo os escudos em uma barreira para segurar o avanço das forças maiores. Um de seus instrutores estava ali e fora ele quem insistira tanto que eles aprendessem a segurar bem com uma barreira de escudos, não parecia estar machucado, mas parecia ter avistado alguém mais a frente e estava abrindo caminho entre os inimigos para chegar nessa pessoa.
Uma mulher de cabelos brancos também abria o seu caminho por entre os inimigos indo para o mesmo ponto que seu instrutor estava, os dois deveriam ter visto alguém ali para estarem avançando com tamanha fúria e força de vontade. Eventualmente um dragão de ébano voou por cima deles, tudo estava tão bagunçado e confuso que Forn tropeçou no corpo de um companheiro de batalha, ele parecia estar chamando por alguém e o rapaz aproximou-se para ouvir ele falar.
- Mãe... Mãe... Eu... – A voz dele estava fraca e o ferimento era grande demais, antes mesmo que Forn pudesse pedir por um curandeiro a voz esvaiu-se e subitamente ele estava ajoelhado na frente de um cadáver. Quando as pessoas estão repletas de vida elas são humanas, mas depois disso elas se tornam... Coisas. Corpos. Forn tentara acalentar um humano, mas agora segurava um corpo.
- Levante-se e lute! – Alguém o puxou para cima, com Forn imediatamente segurando sua espada. Aquela pessoa não era seu superior, mas ele obedeceu mesmo assim.

A batalha progrediu de maneira violenta, aquele dragão de ébano voava acima deles e queimava linhas inteiras de inimigos e cortava suas rotas de fuga com paredes de fogo, havia um outro dragão no céu, mas algo sobre ele deixava Forn completamente desconcertado, tanto que parou de olhar para cima e começou a focar seus olhares nas forças inimigas que estavam fazendo um avanço junto de Merodach. Ele não sabia explicar como continuara de pé depois de ver aquela criatura, ele era como a manifestação de todo o mal que ele ouvira falar sobre quando era uma criança, ao seu lado alguns soldados não tiveram tanta força e realmente caíram sentados ou simplesmente abandonaram suas armas e saíram correndo.
Não era bravura que mantinha Forn em pé, porque se fosse ele estaria avançando para cima dos inimigos. Ele estava congelado de puro terror. Um homem em um cavalo apareceu e começou a fazer um discurso que entrou por um ouvido de Forn e saiu pelo o outro, mas ele conseguia encontrar algo de inspirador na voz daquele homem, o suficiente para voltar a segurar suas armas com força e para avançar lado a lado com os outros soldados contra uma enorme força que avançava sobre o comando de um orc pálido. Ele jamais olharia para o mundo da mesma maneira após aquela batalha, tanta morte, tanta destruição e o único jeito de sobreviver era forçar seu corpo até o limite e continuar a matar igual a um maluco descontrolado.
O gosto de sangue lhe vinha à boca, não sabia dizer se era seu próprio sangue provindo de lábios cortados ou se era o sangue dos inimigos que voara até a sua boca conforme ele os cortava. Não era uma máquina de matar, não estava fazendo as forças virarem e fugirem apenas de vê-lo, mas estava fazendo o suficiente para que o avanço de Erydia continuasse uniforme e que todos tivessem uma chance de continuarem vivos. Lambeu os lábios, novamente sentindo aquele gosto ferroso de sangue, e recuou um pouco deixando que um outro aliado tomasse a sua frente para que pudesse descansar, apesar de não estar sentindo cansaço algum.
O cheiro era horrível, quando uma pessoa é morta seu estômago e sua bexiga se esvaziam e quando haviam incontáveis corpos ao redor deles o cheiro ficava simplesmente forte demais para ser aguentado, a maioria dos guerreiros em batalha treinavam para ignorar o fedor e seguir em frente, mas agora que estava descansando Forn podia sentir o cheiro que vinha de um campo de batalha. Precisava respirar para poder recuperar o seu fôlego e o seu ritmo, mas aquilo era tão repugnante que fazia seu estômago se revirar e seu cérebro começar a falhar.
Precisou trocar com seu aliado depois de um tempo, avançando para as linhas de frente e começando a trocar golpes com os inimigos, para alguém que fora treinado em questão de semanas ele estava se saindo muito bem, bastava apenas alguns encontros de lâminas para que a sua espada estivesse no fundo do peito de um orc inimigo. De longe uma flecha passou zunindo por cima dele e atingiu um warg que avançava por cima de seus companheiros caídos, não o matou, mas foi o suficiente para que Forn o finalizasse. Viu também um tiro de balista sendo dado e errando Merodach por pouco, o disparou passou por cima de todas as tropas para cair em cima de um feiticeiro inimigo que estava montado em um cavalo.
Eventualmente Merodach caiu, armas foram erguidas, gritos de vitória foram dados e, no meio dessa distração, um inimigo saltou para frente e cortou a barriga de Forn de uma ponta até a outra. Ele cambaleou para trás, por algum motivo sentia frio naquela região ao invés do calor que lhe era esperado, sua mão foi para o corte e ele conseguia sentir algo mole ali e nunca chegou a realizar que estava tocando em suas tripas. Apagou por um momento e quando voltou a si estava sendo carregado, um homem segurava-o por suas axilas e o outro segurava as suas pernas e eles estavam levando-o para perto da cidade.
E, onde menos esperava, ele viu o bondoso casal que costumava lhe dar dinheiro. Faziam-se apenas algumas semanas, mas agora pareciam anos desde que ele estivera nas ruas pedindo dinheiro para sobreviver. Em um último esforço de sua mente ele conseguiu captar a conversa que eles estavam tendo, comemoravam a queda de Merodach e os nomes deles finalmente chegaram aos seus ouvidos.


- Alexis... e... Patch... Agora eu sei os seus nomes... – Ele disse, tão baixo que nem mesmo os homens que o carregavam conseguiram o ouvir completamente.
Foi colocado em uma maca no centro da cidade, os homens gritavam por um curandeiro e então alguém gritou o nome de Forn, ele forçou-se a olhar para o lado e viu conforme Iridan se aproximava com passos rápidos, ajoelhando-se e segurando a sua mão. Forn não conseguia reconhecer a própria mão, estava tão pálida, tão... frágil. Iridan estava falando com ele, mas Forn não conseguia discernir completamente as palavras que estavam sendo ditas por ele, algumas vinham mais claras do que as outras, mas ele conseguiu por fim reparar que ele repetia a mesma frase. "Não tenha medo, Forn. Eu estou aqui."


- Eu não tenho... Medo. Medo é o veneno da alma. Iri... Dan. Acabou, não é? – Forn continuou a olhar para o rosto de Iridan, um sorriso triste desenhando-se em seus lábios. Ele conseguiu mudar algo? Não tinha tanta certeza, mas lutara por algo maior do que si próprio, isso deveria contar. A mão dele ficou mais gélida e qualquer sinal de força que havia nela sumiu, os curandeiros chegaram apenas minutos mais tarde para descobrir Iridan chorando sobre o corpo do rapaz.


- Eu estou aqui, eu estou aqui. – Iridan repetia, abraçado à Forn.


Quando foi afastado pelos curandeiros ele deu um grito, que mais parecia um ganido de desespero, e tentou abraçar-se ao corpo, mas foi afastado por um dos curandeiros enquanto o outro fechava os ferimentos e tratava do corpo. Os olhos ainda abertos fitavam Iridan que estava encolhido como um animal afugentado, havia um pequeno sorriso em seu rosto que parecia ser de tranquilidade, mas do ponto de vista de Iridan parecia que a própria morte estava rindo dele por ter acolhido Forn, por ter se importado com ele a esse ponto.


Pois Iridan decidiu que iria rir de volta para ela, ele riu e riu, o curandeiro que havia o afastado aproximou-se com um cobertor e cobriu o velho que apenas agarrou-se ao pano e continuou a rir, tanto que suas bochechas chegaram a doer e os cantos da boca pareceram que iam se partir. Mais tarde Iridan dormiu na praça cercado pelos corpos dos soldados, encostado contra uma escada, acordou no outro dia e já não teve mais vontade de rir, o rosto de Forn fora coberto por um pano e a ele fora dado um funeral ao lado dos demais soldados, o tempo não perdoava ninguém e apesar de ter o dinheiro que Forn salvara, ele precisava voltar para as ruas para continuar a pedir, por sorte um gentil casal passou por ele e lhe deu uma boa quantia de dinheiro, pareciam estarem cansados da batalha que se passara e estavam andando pela cidade para ajudar onde podiam.


- Não é o tempo que irá reparar aquilo que foi danificado. – Iridan murmurou para si mesmo, pessoas andavam pelo centro da cidade e iam de um lado para o outro em busca de ajudar onde podiam.


Após anos pedindo por dinheiro nas ruas, Iridan conseguiu o suficiente para alugar um galpão para que todos os sem teto que ele conhecia pudessem dormir ali. Com o tempo doações foram vindo e o local aumentou de tamanho, foi passando por diversas reformas e Iridan se tornou o dono do local, transformando-o em um lar para aqueles que não possuíam um, abrigando todos que conseguia, o Centro para Almas Perdidas de Forn se tornou um lugar popular entre os pedintes e aqueles que fugiam de suas casas.

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